É verdade que misturar bebida dá mais ressaca?
Não.
Embora o senso comum diga que sim: quase ninguém acha que beber
conhaque com cachaça seja a mesma coisa que passar a noite toda tomando
só cerveja. Como a ciência se atreve a questionar a sabedoria dos
botecos?
É que, do ponto de vista do organismo, pouco importa se
houve mistura ou não - o que vale é a quantidade de álcool que o fígado
precisa processar. Se você começa a noite no chope e termina no uísque e
acha que tem mais ressaca por isso, talvez seja porque você acabou
entornando o uísque (mais alcoólico) no mesmo ritmo do chope, e aí bebeu
além da conta mesmo.
Há outros fatores que podem fazer você
exagerar na dose sem perceber. Por exemplo: beber de barriga vazia. A
digestão do álcool fica mais acelerada quando não há nada no estômago, e
aí você fica bêbado mais rápido que o normal - e com isso tende a
perder o controle sobre a quantidade ingerida. Há, também, as bebidas
que alcoolizam com mais facilidade, como as de teor alcoólico maior ou
as carbonadas (cerveja, gim tônica, uísque com energético), que são
absorvidas pelo organismo mais rapidamente.
E tem mais: não é só
o tamanho do porre que influi na ressaca. Não se hidratar antes,
durante e depois de beber umas e outras piora um dos principais males da
ressaca: a desidratação. A falta de ingestão de carboidratos também
pode levar à hipoglicemia, que agrava o quadro de intoxicação.
1. Um gole de álcool no dia seguinte cura mesmo ressaca?
Essa
máxima se baseia numa definição insuficiente da ressaca: ela seria o
corpo sofrendo porque quer mais álcool, e uma nova dose resolveria a
abstinência. Só que ressaca é também intoxicação (o organismo tentando
metabolizar o álcool em excesso), desidratação e falta de açúcar no
sangue. E nada disso se resolve com mais álcool - muito pelo contrário.
Esse golinho extra pode até disfarçar a parte dos sintomas que cabe à
abstinência, mas volta a sobrecarregar o fígado: a dívida só é rolada, e
volta com juros. Fora o risco de esse costume abrir caminho para o
alcoolismo.
FONTE: The Doctor¿s Hangover Handbook, John Brick, Booklocker, 2007 fotos: Steve Wisbauer
Sexo feminino 2. Como é que a vagina solta gases na transa?
Da
primeira vez a situação é constrangedora: "Por que minha vagina não
para de soltar pum durante e até depois do sexo?" Mas basta tocar no
assunto numa roda de amigas para descobrir que os tais gases vaginais
são normais e não têm relação com aqueles expelidos pelo ânus. A vagina
resolve fazer barulho na hora H porque o vaivém enche a cavidade vaginal
de ar, que depois escapa fazendo vibrar os pequenos e grandes lábios.
Esse ar não costuma ter cheiro - se tiver, cuidado, pois pode ser
indício de alguma doença. Se o barulho incomodar, fica a dica: posições
em que o pênis não sai por completo da vagina dificultam a entrada de
gases e diminuem os tais sons. É o caso do papai-e-mamãe. Analogamente,
na posição cachorrinho o concerto genital é favorecido.
3. Como é que a pompoarista consegue fazer tanta coisa com a vagina?
Em
Patpong, bairro dos inferninhos tailandês, mulheres arremessam bolinhas
de pingue-pongue e fumam usando suas partes íntimas em espetáculos para
turistas. Para fazer isso, elas fortaleceram ao longo da vida o
conjunto de músculos que se estendem desde o osso púbico ao cóccix, com
exercícios de pompoarismo, técnica surgida na Índia e aperfeiçoada no
Japão e na Tailândia.
Esses músculos são formados por feixes de
anéis que se estendem da entrada ao fim do canal vaginal. Tais anéis
podem ser movimentados juntos ou separadamente, com mais ou menos força e
com mais ou menos velocidade, dependendo do preparo físico da mulher (e
sua, digamos, consciência corporal). O ideal é iniciar a malhação aos
18 anos, quando a região começa a ficar flácida. Os treinos começam com a
contração e relaxamento dos músculos internos - a mesma manobra que se
faz para segurar o xixi. Mais tarde, pesinhos de 20g e 70g são inseridos
a diferentes profundidades no canal e precisam ser sugados e expulsos. O
teste de fogo para as alunas avançadas consiste em sugar e expelir um
vibrador de 15 cm de comprimento.
4. Orgasmo ajuda a engravidar?
Há
controvérsias. No começo do século 20, ginecologistas prescreviam
orgasmos para mulheres com dificuldade para engravidar. O clímax
resultaria em contrações intrauterinas capazes de levar o esperma ao
óvulo mais rápido, aumentando as chances de fertilização. Passados 50
anos, os americanos William H. Masters e Virginia E. Johnson
desconfiaram da teoria da sucção. Para contestá-la, levaram mulheres ao
laboratório, inseriram nelas diafragmas com um sêmen artificial visível
no raio X e pediram que as moças se masturbassem. Entre as que tiveram e
as que não tiveram orgasmo não houve diferença na progressão das
partículas. A dupla concluiu que a teoria era balela.
Mas o
debate continuou. Em 1993, pesquisadores da Universidade de Manchester
concluíram que a mulher que tem orgasmo entre um minuto antes e 45
minutos depois de o homem ejacular retém mais esperma. Outro estudo, na
Dinamarca, descobriu que a estimulação de pontos erógenos de porcas
durante inseminação artificial aumenta em 6% o nascimento de
leitõezinhos.
A evolução teria uma resposta? Nos homens, sim -
sem ele não há ejaculação e sem ejaculação não há fecundação. Nas
mulheres, a resposta é mais difícil. A bióloga Elizabeth A. Lloyd, da
Universidade de Indiana, observou 32 estudos e concluiu que o prazer não
influía nas taxas de fertilidade. Mas Lloyd não tem dúvida de que o
clitóris foi mantido pela seleção natural - afinal, o prazer aumenta a
vontade de fazer sexo com frequência. E, por tabela, a chance de
engravidar aumenta.
5. É verdade que o bebê pode sentir o orgasmo da mãe?
Sim,
mas não experimenta a sensação de prazer do mesmo jeito que ela. Como o
sistema nervoso do bebê não está conectado com o da mãe, o que ele
percebe especialmente a partir da 31a semana não é exatamente o orgasmo,
mas uma mudança no ambiente em que está imerso. A circulação do bebê
fica mais rápida por causa do aumento dos batimentos cardíacos da mãe.
As trocas gasosas também se aceleram, devido aos níveis alterados de
oxigênio no sangue. Além disso, o feto pode se mexer mais, em resposta
às contrações involuntárias na região pélvica da gestante.
No
fim é só alegria para todo mundo. Endorfinas, responsáveis pelo
sentimento de euforia, inundam o sangue da mãe e há indícios de que a
sensação de bem-estar provocada por eles chega ao bebê via cordão
umbilical. Do mesmo jeito como quando a gestante come um chocolate ou
pratica exercícios físicos.
6. Se é mito que sexo na gravidez perturba o bebê, como o corpo da mãe protege o feto na transa?
Pais
de primeira viagem não precisam ter medo de dar um cutucão no filho
enquanto fazem sexo com as mães. O bebê tem em volta de si uma barricada
à prova de choque que o impede de ser afetado pelos movimentos do
coito. Dentro da barriga tudo é sossego: além dos músculos uterinos, o
saco gestacional compõe mais uma das camadas que protegem o feto. O bebê
ainda está imerso no líquido amniótico, que funciona como amortecedor.
Pra completar, um tampão mucoso na entrada do útero impede a passagem de
fluidos despejados no canal vaginal.
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